domingo, 15 de dezembro de 2013

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Uma estória de Amor

Num dia de chuva ela surgiu toda molhada, machucada e com carinha de cachorro que caiu da mudança.
Foi amor a primeira vista e nós a acolhemos, demos comida, carinho e cuidados "médicos".
"Ela vai ficar bem", disse Dr. Ronald " e pela dentição, posso avaliar que ela tenha uns três anos".
E assim, nossa amiga peluda foi batizada e recebeu o nome mais lindo do mundo que um cachorro poderia ter: UPA!
Sua energia era contagiante e seu amor por nós se revelou imediatamente, mas com muita delicadeza e estilo, ela deixou muito clara sua escolha: Malvino era seu doninho.
Foram muitos passeios, muitas festas, muitos buracos no quintal, dezenas de meias enterradas,e centenas de corridas em volta da casa, toda vez que chegávamos do trabalho, depois de um longo dia de saudade mútua.
Upa tinha uma educação refinada, não que tivéssemos feito isso com ela, não. Ela veio pronta, e sua raça inglesa era notada sem muito esforço. Sua pelagem perfeita, a simetria do desenho das cores que compunham sua estética, as patas branquinhas como se usasse meias...linda nossa Upete!
Chegasse quem fosse, ela jamais latia, ou pulava. Sua manifestação de alegria era abanar vigorosamente a cauda e cheirar, sem encostar o focinho, para assim reconhecer num próximo encontro :))
Gabriel, para ela, sempre foi uma criança, afinal ele tinha oito anos quando ela chegou em nossa casa e por mais quele ele crescesse, os olhinhos dela o viam como um menino. Mesmo quando ele ficou fora, por mais de ano, sua alegria foi enorme quando ele chegou em casa!
Costumávamos sentar juntas na porta da sala, eu e ela e ficar olhando a mata, ouvindo os pássaros e sentindo o vento fresco. Eu gostava muito de fazer carinho em sua orelhas, que mais pareciam veludo de fina qualidade...
Era muito boa de boca e a qualquer bobeada, comia também a ração dos gatinhos, com quem se dava muito bem, embora as vezes, só de palhaçada, fingia que ia pegá-los. Upa tinha senso de humor ;)
Malvino sempre foi um doninho a sua altura. Foram inúmeros cafunes, banhos seguidos de uma boa caminhada para secar bem a pelagem e fazê-las mais feliz. Era só acabar o banho e ela já latia pedindo o passeio. Quando por alguma razão ela não queria comer, Malvino brincava com a comida, fingia que ia comer, jogava pra cima e fazendo graça, ela acabava comendo. Jamais vou me esquecer dessa dedicação que ela demostrava...parecia um menino brincando..pureza e amor, num gesto de doce emoção. Foi muito bom assistir esses momentos. Upa adorava passear, e se conseguisse brecha, fugia e ganhava o mundo, voltando horas depois suja ao extremo, porém, extremamente feliz!
Agora, Upa mudou de casa...foi para um lugar reservado aos anjos de quatro patas, que não tem asas, afinal, pra que asas se os cães amam correr, não é mesmo Papai do Céu?
Agora ela corre livre, sem cerca, junto de outros amigos e com as crianças lá de cima, sim porque Upa adora crianças, e Papai do Céu sabe disso, por isso colocou-a num campo bem vasto, para correr a valer, fazer buracos e quando cansar, dormir um soninho bem gostoso numa cama de nuvem.
Upa, você viverá pra sempre em nós, assim como nós , viveremos para sempre em você, porque nossa estória é uma estória de amor!